Assembléia Legislativa / Homenagem aos Dj's Osvaldo e Sonia Abreu

  

05/05/2015 / Eles são duas lendas e não faltam histórias para contar. Sonia Abreu, a primeira DJ mulher do Brasil e segunda do mundo, e Osvaldo Pereira, o primeiro DJ do Brasil foram homenageados nesta segunda (4) na Assembleia Legislativa de São Paulo, no ato solene em homenagem ao Dia Estadual do DJ, que a partir do ano que vem será comemorado em 9/3, data em que se celebra o Dia Internacional do DJ.

O evento oficial foi mais um passo para a regulamentação da profissão, projeto da deputada estadual Ana do Carmo (PT) apresentado pelo Sindecs (Sindicato dos Djs e Profissionais de Cabine de Som), representado na cerimônia por seu presidente, Antônio Carlos dos Santos. “É um importante reforço para que todas as autoridades reconheçam a função do DJ como trabalho. Algumas pessoas ainda veem como bagunça, mas é uma atividade cultural”, afirma a deputada.

O Virgula aproveitou a homenagem e propôs um back to back, como é chamado no jargão dos DJs, o tipo de discotecagem em que cada um toca uma música. “Eu acho que com o tempo, principalmente dos anos 2000 em diante, as mulheres resolveram cair na pista. É muito difícil luluzinha entrar no clube do bolinha! Sempre foi assim, desde que comecei a tocar em 1963″, afirmou Sonia. Já quando ela perguntou para o mestre Jedi se ele tinha medo da morte, ele deu uma lição e tanto: “Não, não tenho porque eu leio muitos livros espirituais, então eu tenho ideia do que é a morte, que é uma passagem da vida pra uma melhor. E é uma coisa que não adianta ter medo porque ela vai acontecer. Eu já estou me preparando pra isso”, lacrou.

Personalidade magnética, alta, linda e diva aos 64 anos, Sonia foi produtora musical da rádio Excelsior Globo de São Paulo, entre 1968 e 1978. Fez história também nas rádios 89 FM, Brasil 2000 FM. Trabalhou Som Livre, produzindo as coletâneas Papagaio Disco Club e Excelsior – A Máquina Do Som e atualmente apresenta o programa Ondas Tropicais – O Link da Música Mundial, na Rádio UOL.

No currículo de Sonia, que vai muito além do fato de ser a primeira DJ mulher do Brasil, também consta ter inaugurado a discoteca Papagaio Disco Club, em São Paulo e passagens por Inglaterra, Marrocos e Uruguai. Ganhou disco de ouro pela vendagem de Automatic Lover, de D.D.Jackson, um de seus muitos lançamentos. Criou a lendária rádio ambulante Ondas Tropicais, levando sua programação original para espaços públicos, primeiro a bordo de uma Kombi, depois em um ônibus e até em um veleiro. Introduziu e consagrou a world music com Ondas Tropicais – A Música Do Quarto Mundo. A partir do conceito inovador do programa na Brasil 2000 FM, formou a Banda do Quarto Mundo, com 22 integrantes, lançando um CD distribuído pela Eldorado e participando de shows ao lado de Margareth Menezes, Jimmy Cliff e Yellow Man, entre outros. Atualmente, ela é residente na Casa 92.

Osvaldo Pereira, 81 anos, primeiro DJ do Brasil. Tem uma tranquilidade mineira, ele nasceu em Muzambinho, transmite paz com seu sorriso negro. Entre filhos e netos, a dinastia dos Pereira conta com mais de 30 DJs. Sua música e sua atitude celebram a negritude, não à toa o ícone do hip hop nacional Marcelo Xis, fez questão de colar na homenagem recebida na Assembleia e levou o filho.

Seu Osvaldo começou o ofício de DJ em 1958, usando a experiência que tinha em construir equipamentos de áudio. Atrás de uma cortina, que se abria durante a festa, ele criou a Osquestra Invisível. Foi “descoberto” por Claudia Assef no livro Todo DJ Já Sambou (Conrad), obra que conta a história da música eletrônica no Brasil. Segue na ativa e, às vezes, se apresenta como convidados em festas, sempre recebido como astro.