Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza (Rio
de Janeiro, 4 de abril de 1958 Rio de Janeiro, 7 de julho de 1990),
foi um cantor, compositor, poeta e letrista brasileiro.
Primeiramente conhecido como vocalista e principal letrista da
banda Barão Vermelho, na qual fez bem sucedida parceria com Roberto
Frejat, Cazuza posteriormente seguiu carreira solo, sendo aclamado pela
crítica como um dos principais poetas da música brasileira.
Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e
polêmico, tendo assumido em entrevistas sua bissexualidade. Em 1989,
revelou ser soropositivo (termo usado para descrever a presença do
vírus HIV, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), e
morreu no ano de 1990, aos 32 anos no Rio de Janeiro.
Filho de Lucinha Araújo (1936) e do produtor
musical João Araújo (1935-2013), Cazuza recebeu o apelido
mesmo antes do nascimento. Agenor, seu verdadeiro nome, foi recebido por
insistência da avó paterna. Na infância, Cazuza nem sequer sabia seu nome de
batismo, por isso não respondia à chamada na escola. Só mais tarde, quando
descobriu que um de seus compositores prediletos, Cartola, também se
chamava Agenor (na verdade, Angenor, por um erro do cartório), foi que Cazuza
começou a aceitar o nome.
Cazuza sempre teve contato com a música. Influenciado
desde pequeno pelos grandes nomes da música brasileira, ele tinha
preferência pelas canções dramáticas e melancólicas, como as de Cartola, Dolores
Duran, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Maysa e Dalva
de Oliveira. Era também grande fã da roqueira Rita Lee, para quem chegou a
compor a letra da canção "Perto do fogo", que Rita musicou. Cazuza
cresceu no bairro do Leblon e estudou no Colégio Santo Inácio até
mudar para o Colégio Anglo-Americano, para evitar reprovação. Como os pais
às vezes saíam à noite, o filho único ficava na companhia da avó materna,
Alice. Por volta de 1965 começou a escrever letras e poemas, que mostrava
à avó. Graças ao ambiente profissional do pai, Cazuza cresceu em volta dos
maiores nomes da música popular brasileira, como Caetano Veloso, Elis
Regina, Gal Costa, Gilberto Gil, João Gilberto, Novos
Baianos, entre outros. A mãe, Lucinha Araújo, também cantava e gravou três
discos.
Em 1972, tirando férias em Londres, Cazuza conheceu as canções de Janis Joplin, Led Zeppelin e Rolling Stones, e logo tornou-se um grande fã. Por causa da promessa do pai, que disse que lhe presentearia com um carro caso ele passasse no vestibular, Cazuza foi aprovado em Comunicação em 1976, mas desistiu do curso três semanas depois. Mais tarde começou a frequentar o Baixo Leblon, onde levou uma vida boêmia, bebendo e fumando, e se relacionando sexualmente com homens e mulheres. Para evitar que o filho continuasse a manter uma atitude rebelde perante a vida, João Araújo criou um emprego para ele na gravadora Som Livre, da qual foi fundador e presidente. Na Som Livre, Cazuza trabalhou no departamento artístico, onde fez triagem de fitas de novos cantores. Logo depois trabalhou na assessoria de imprensa, onde escreveu releases para divulgar os artistas. No final de 1979 fez um curso de fotografia na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos. Lá, descobriu a literatura da geração beat, os chamados poetas malditos, que mais tarde teria grande influência na carreira. Em 1980 retornou ao Rio de Janeiro, onde ingressou no grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone no Circo Voador. Foi nessa época que Cazuza cantou em público pela primeira vez. O cantor e compositor Leo Jaime, convidado para integrar uma nova banda de rock de garagem que se formava no bairro carioca do Rio Comprido, não aceitou, mas, indicou Cazuza aos vocais. Daqueles ensaios na casa do tecladista Maurício Barros, nasceu o Barão Vermelho. Em 30 de novembro de 2013, seu pai João Araújo, então presidente da Som Livre, morreu depois de uma parada cardíaca aos 78 anos.