Nesta semana a Jovem Pan FM agitou o mercado de rádio ao decidir pela inclusão de alguns hits do chamado “Sertanejo-Pop”, percebida por ouvintes e pelo meio nas afiliadas da Rede FM.
O tudoradio.com conversou
com Antonio Augusto Amaral de
Carvalho Filho, o Tutinha, presidente do Grupo Jovem Pan, que explicou o
que motivou a rádio na abertura de sua programação, falou do cenário musical
brasileiro e o impacto que a inclusão do sertanejo pode causar no meio rádio.
Tutinha revela também que a ideia poderá chegar a São Paulo após a
conclusão do processo de migração da AM para a faixa FM. Confira:
Tutinha, nos últimos dias a Jovem Pan FM gerou
uma grande repercussão ao abrir a sua programação para outros nomes que até
então são rotulados como artistas sertanejos. A intenção é movimentar a música
nacional perante o público jovem?
O problema é que não tem mais músicas brasileiras de sucesso a não ser
os sertanejos-pop. O sertanejo se modificou e hoje, goste ou não, são eles que
fazem sucesso. Os shows são lotados. São eles que estão nos primeiros lugares
das paradas, que estão no Fantástico, Faustão, etc.
Não vamos abandonar o Pop. Só vamos incluir algumas músicas que são Hits
Nacionais. O brasileiro é cheio de preconceitos, mas essa idéia pode ser uma
grande virada para aumentar a audiência das rádios, a popularidade e tornar as
rádios mais competitivas.
A novidade foi baseada no comportamento do
público jovem?
A ideia veio do que é óbvio. Você não vê mais shows de Pop com 50 mil
pessoas. Você não vê mais na televisão os cantores Pop. Óbvio que tem exceções.
Enfim, só cego não vê que o sucesso é o Sertanejo-Pop.
E o que essa abertura pode trazer de
benefícios para a rede Jovem Pan?
Benefícios virão de forma muito acentuada. Imagine os shows que a rede
vai poder produzir com Luan Santana, Marília Mendonça, Jorge & Matheus e
outros. Muda totalmente o universo de faturamento e do número de pessoas. A
Audiência deve crescer e a rádio vai ficar muito mais competitiva.
Já é possível fazer um balanço dessa novidade
perante a audiência e também ao mercado?
Estamos começando. Por enquanto, as críticas são grandes iguais as que
tivemos quando colocamos Os Pingos nos Is, o Pânico e outras coisas que fizemos
durante a nossa gestão de rede. Hoje todos de grande sucesso.
A tendência é de que mais “hits” sejam
programados na grade da Jovem Pan?
A tendência é tocar o que as pessoas gostam. Se hoje você pegar o iPhone
de um moleque, você vai se assustar. Tem funk, sertanejo, Pop, MPB… enfim, tem
de tudo. Por que a rádio tem que ser preconceituosa se hoje as pessoas têm esse
gosto aberto?
O Pop Internacional seguirá como principal
produto musical da rede?
Queremos ser o iPhone da molecada. Tem de tudo. Jamais abandonaremos as
músicas boas. O Pop continuará presente. Os internacionais também.
É possível afirmar que o “sertanejo” é “Pop” e
a Jovem Pan FM seria uma prova disso?
O Sertanejo é o Pop do momento, as músicas falam do dia a dia dos
jovens, de grandes amores, de cornos, de porres, de solidão… enfim, as músicas
falam muito mais ao coração.
A Jovem Pan já chegou a fazer esse tipo de
investida em outras oportunidades, correto? Como o axé e o funk na primeira
metade dos anos 2000?
A Jovem Pan já fez de tudo, mas o Sertanejo Pop é mais sólido, tem
multidões de fãs, shows lotados e é o fenômeno do momento. Não podemos correr
contra a maré.
A emissora de São Paulo não participa dessa
novidade por ter outro perfil?
Hoje a emissora de São Paulo é um espelho do nosso AM. Precisamos fazer
isso, porque o nosso AM é muito importante, mas provavelmente vamos mudar
quando o AM migrar para a faixa FM.
Por fim, há alguma outra novidade que a Jovem
Pan deverá apresentar em sua programação nos próximos meses?
Por enquanto não. Mas se aparecer algo novo nós vamos atrás. Deus
abençoe a rede da Jovem Pan, nossos afiliados. Muito sucesso pra todos nós.
Tutinha, diretor da Jovem Pan