Imagine um mundo sem homens. É basicamente isso que
acontece no Dinah, o maior festival feminino do mundo. O evento se descreve
como uma festa que reúne cerca de 20 mil mulheres em um mesmo lugar para 5 dias
de prazer e sensualidade. Curiosamente, o festival lésbico, que hoje acontece
em Palm Springs - cidade no meio do deserto no sul da Califórnia (EUA). É
uma experiência surreal: por alguns dias, o mundo fica de pernas para o ar, a
minoria de repente é a maioria. Para onde quer que você olhe, as lésbicas estão
sorrindo, bebendo, dançando, beijando. Há alguns homens por perto –
funcionários trabalhando no evento e caras que foram arrastados como
acompanhantes por amigas lésbicas – mas eles são difíceis de encontrar. O
público presente formado por lésbicas quase na totalidade. A festa tem esse nome por causa do torneio de golfe
Dinah Shore, que em 1972 teve sua primeira edição, inaugurada pela artista de
mesmo nome. Dinah Shore não era homossexual (e se reviraria em seu túmulo se
soubesse a que seu nome está associado hoje em dia), mas o golfe parece atrair
muitas lésbicas. A cena sáfica brotou em torno do torneio de golfe, e o Dinah
nasceu. O festival está agora em seu 26o. ano. Hoje
em dia, ninguém mais está presente por causa do golfe. Ninguém está aqui seja
pelos DJs, seja pelos comediantes, seja pelas estrelas do YouTube que se
apresentam. As participantes estão aqui pelas garotas. Caminhoneiras,
femininas, velhas, novas, gold stars, bissexuais, negras, brancas,
largadas – o Dinah atrai um grupo muito diverso. Há uma sensação de liberdade e
um acordo tácita de que o que acontece no Dinah fica no Dinah. O Dinah também começou a atrair nomes famosos. Katy Perry e o
Pussycat Dolls já se apresentaram no festival. E, neste ano, Lagy Gaga apareceu
rapidamente como convidada para ver sua amiga Katherine Moenning (conhecida
pelas lésbicas do mundo todo como a Shane do seriado The L Word) fazer seu DJ set.
As celebridades elevaram o status do Dinah e atraíram mais atenção das mídias
tradicionais.