E agora
chega o momento de comemorar, encerrar e eternizar esse ciclo”, disseram
em comunicado oficial, anunciando a festa de 20 anos da casa, que também
marcará a despedida.
Para entender
melhor o motivo da decisão, a Phouse entrou
em contato com Milton Muraro Filho,
o Miltinho, sócio-diretor e fundador do Anzu.
Ele explicou que a casa, na
verdade, ultrapassou por muito o seu tempo de existência inicialmente
planejado, e que o fechamento deve ser encarado como algo natural. “O Anzuclub foi projetado desde
sua concepção para um tempo de duração pré-determinado. Na época, o business plan calculado foi de sete
anos. O negócio rompeu essa barreira e mais que dobrou a expectativa dele próprio,
atualmente com 20 anos.
A
responsabilidade de gestão como único sócio e o tempo que tenho que
me dedicar à noite me fizeram, nesses últimos anos, reavaliar meus
projetos de vida. Poder dividir esse tempo com a minha família foi o
que pesou para a decisão do encerramento”, disse.
“É uma
decisão natural de um ciclo que se encerra. Lógico que existe um apego
emocional muito forte, afinal são 20 anos que fiquei à frente do negócio, mas a
razão me mostrava que estava na hora de parar, e a festa de 20 anos é
o momento mais correto para isso.
Quero deixar um legado como uma história bonita e íntegra, para ser lembrada para sempre”, concluiu.
Quero deixar um legado como uma história bonita e íntegra, para ser lembrada para sempre”, concluiu.
Os planos do
empresário agora são de dar um tempo na noite, tocando os negócios da família
nos ramos de desenvolvimento imobiliário e de joalheria. Miltinho ainda
ressalta que este é o posicionamento oficial da casa, e que outras declarações
dadas anteriormente à imprensa sobre o caso foram feitas por pessoas que não
representam a comunicação do Anzu.
Agora, a
despedida em grande estilo será na festa de 20 anos, no dia 07 de outubro.
Aberto em 02 de outubro de 1997, em Itu, interior de São Paulo, o
Anzuclub traçou uma sólida trajetória de crescimento e reconhecimento, tanto do
público como dos artistas.
O clube possui três espaços separados, o que inclui a famosa “pistinha”,
e milhares de pessoas puderam prestigiar nomes como: Armin Van Buren, Vintage
Culture, Eric Morillo, Paul Oakenfold, Solomun, Kaskade, Bob Sinclar e
muitos outros. A produção da ainda salienta o fato de, no ano passado, ter
alcançado a 18ª posição no Ranking de Clubes da DJ Mag (neste
ano, a casa ficou em 31º)
Opção de mercado
A decisão de encerrar as atividades foi, segundo Muraro, uma
simples "opção de mercado". Ele diz que as raves, os grandes
festivais e festas informais, com um custo de operação menor, inflacionaram o
mercado e diminuíram o público nas baladas do segmento.
"Hoje temos uma moeda muito desvalorizada para ofertar
grandes cachês. Além disso, o mercado abriu muito. Há 10 anos a Europa era o
grande player. Hoje, Ásia e Estados Unidos são os maiores consumidores desses
artistas, o que elevou bastante as ofertas. Temos um cenário totalmente
corrompido, as práticas da chamadas “agências” de Djs, que deixaram de ser
prestadores de serviços para serem os principais concorrentes dos clubes",
explica o empresário.
Ele conta que o espaço deverá reabrir em breve, com nova
marca e com foco em eventos corporativos, casamentos, formaturas e festivais. O
ramo das baladas, segundo Muraro, tornou-se praticamente inviável no Brasil.
"O clube não funciona mais, a ideia é atingir outro mercado. O clube foi
criado para comportar isso. A montagem do prédio acaba sendo viável para esse
tipo de evento, então vamos trabalhar apenas com isso a partir de agora",
diz.
A ressaca de quem esteve na última noite do Anzu, pelo
jeito, será eterna.