DJ Max Blum, mestre das
passarelas, conta o processo criativo por trás do que toca nos desfiles
Quando
começam as semanas de moda, revistas, blogs e sites de notícia viram uma grande
galeria de imagens e críticas acerca das coleções. Mesmo quem não está na
primeira fila dos desfiles consegue ver detalhes das coleções apresentadas:
estampas, acabamentos e acessórios. Dá até para emitir opiniões bem
fundamentadas sobre os acertos e os erros dos estilistas. Há, no entanto, algo
fundamental nas passarelas que não está ao alcance dos olhos: a batida do som
que embala os passos das modelos e, em alguns casos, as canetas dos
fashionistas, batendo nos seus bloquinhos de notas conforme manda o ritmo.O casamento entre moda e música não é recente. Mais de uma vez, as principais passarelas do mundo receberam coleções inspiradas em estilos musicais e homenagens a grandes nomes da música. Amy Winehouse foi a musa de Jean Paul Gaultier na coleção de alta-costura apresentada em Paris no início do ano. Fora dos croquis, a música é capaz de criar a atmosfera ideal para a interpretação da coleção, evocando sensações e lembranças dos convidados – ou, em uma nota fora do tom, colocar tudo a perder.
Na passarela, a música proporciona uma condução rítmica para complementar ou induzir os ritmos, as trocas de cores, as variações dentro do tema. Ela cria atmosferas, complementa o cenário e ajuda muito na narrativa e na personalidade da marca – explica o DJ Nepal, responsável pela trilha da Ausländer, uma das mais dançantes do último Fashion Rio.
Se o DJ Max Blum ainda não entende de moda, pode pelo menos dizer que
entende do som que ela tem. Entre passarelas cariocas e paulistas, Max assinou
as trilhas de 21 dos 61 desfiles da temporada de verão 2013. Marcas como
Alexandre Herchcovitch, Gloria Coelho, Huis Clos, Triton e Fernanda Yamamoto
confiaram a ele a batida que embalaria a apresentação de suas coleções
Não existe uma fórmula pronta para
trilha sonora de desfile. Cada cabeça de estilista é uma sentença, cada
coleção, uma proposição. A brasilidade de Ronaldo Fraga pede um som que certamente
não é o mesmo sugerido pelo oitentismo de Alexandre Herchcovitch; se Björk é a
cara de Alexander McQueen, Jacques Brel é quem rima com Chanel. No entanto, há
músicas que soam naturalmente elegantes e que sem dificuldade conseguimos
associar com o clima fashion das passarelas.
Aqui vai uma lista de alguns temas
musicais que parecem nascidos para o catwalk, preparada por este DJ amador.
Garanto que o setlist abaixo não puxa o tapete de nenhum designer – e pode
mesmo acrescentar mais graça à cadência das modelos.